Quando me disse Ponciá Vicêncio: crimes, res publica, fascistas armades e sofrer nunca mais
Não metanarrativizar, eu disse. Não o farei. Tantos os assuntos, todos absurdos, cansaço em discuti-los. Quando o óbvio precisa ser comunicado, ou a humanidade, quaisquer humanidades, tem-se o fim deste, desta e destes. Jamais soubemos o que fazer, Brecht. Não explicá-los/a/as, prometi. Não reafirma existências, é sabido, mas é tempo de sins. E de morangos a quem, como eu, aprecia-os. Dizê-los à vida é, em chave inversa, negar o horror. Não se matar é o novo combinar de não morrer. Sim, desculpe, Conceição. Ponciá sou eu. Completar o autossacrifício é realizar a necropolítica, afirma Camila Jourdan. Respirar-se corpo-utópico, libertário e liberto, rebelde per se, diz Daniela Lima. Desinformá-lo de rebeldia é projeto — eu não me disse Ponciá Vicêncio? -. Sonegar informações de óbitos por Covid-19, o mais novo crime tentado da República. Lição vista, porém nunca aprendida: não se esconde cadáveres, presidente. Mortes falam. Corpos gritam, apesar de mal enterrados. Ou desaparecidos — sobre estes, o eleito mandatário ainda responderá em tribunal adequado. E também daqueles -. Fascistas armades (e prestes a dispararem). Espetáculo pirotécnico contra pilares da demos-cracia à brasileira. Até ódio contém o nome. Extremistas alçadas a ativistas, fizera o jornalismo decadente brasileiro. Não há sororidade com nazistas, brancas, entendam-no, ou confessem-se de vez infantaria do patriarcado para o pronto fim da comédia. Ride, palhaças! Não deixar o Brasil morrer, Teresa Cristina. Encontrar a solução. Somos (em) nós. Sofrer não mais. Nunca mais. Tentar outros formatos, disse a psicoterapeuta. Metanarrativizei de novo. Não foi desta vez. Tenho uma quarentena (?) para recomeçar.